domingo, 10 de abril de 2011

MÓDULO 3 – SUJEITO NA CONTEMPORANEIDADE - professor Edvaldo Couto






COUTO Edvaldo Souza (Org.); GOELLNER, Silvana Vilodre (Org.). Corpos Mutantes: ensaios sobre novas (d)eficiências corporais. 2. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009









CORPO, FRAGMENTOS E LIGAÇÕES: A MICRO -HISTÓRIA DE AIGUNS ÓRGÃOS £ DE CERTAS PROMESSAS

leda lucherman



Primeiramente, a autora faz a referência de que vamos nos servir, tema da nossa pesquisa há bastante tempo, apostando na sua eficácia, é a do corpo moderno, a nosso ver o ponto de apoio para o que foi, certamente, a grande invenção do período moderno: o homem e sua compreensão de si mesmo, aí consideradas tanto a filosofia humanista quanto as ciências humanas. Acreditamos que na atenção a este conceito corpo, tal como foi concebido na modernidade, identificamos a presença das oposições que constituíram seu campo teórico, tais como: natureza/cultura; natural/artificial; orgânico/ inorgânico; atual/virtual; vivo/não vivo etc.

Não é, portanto, estranho que os teóricos da atualidade tenham escolhido termos como pós-humano ou pós-biológico para nos apresentar uma realidade na qual tais oposições mostram não serem mais sustentáveis (o que indica que, além de historicamente determinadas, eram, no limite, estratégias teóricas). Ao mesmo tempo, significa afirmar que a solidariedade orgânica e a natureza identitária foram superadas a partir das experiências viabilizadas pelas tecnologias computacionais e pelas biotecnologias.

O que eu entendo, é que atualmente, podemos ter seres humanos reais e robóticos que fazem o mesmo papel de um ser humano, porém que muitas vezes não expressam as suas emoções. Quando eu falo de robótica, falo de pessoas que perderam parte do corpo ou órgãos e que utilizam de tecnologias para a sobrevivência e até mesmo por causa da sociedade que acaba discriminando pessoas que tenham alguma deficiência. Eu mesmo, passei por várias cirurgias, tenho deficiência auditiva, já utilizei de tubo de carneiro para que meu tipano tivesse um funcionamento adequado , hoje utilizo um aparelho auditivo para ouvir melhor e ter uma boa convivência com a sociedade.

Concordo também , quando a autora diz de outra maneira, que hoje vivemos o momento da euforia dos hibridismos, das apostas na artificialização da vida, das sintetizações entre o mecânico e o biológico, quando se apresentam promessas de decifrar a linguagem da vida e interditar, pelo menos imaginariamente, a morte. Este é o discurso das vitórias da tecnociência contemporânea, próximo em tudo dos fundamentos da ficção científica, que foi, desde o seu aparecimento, o locus narrativo para as experiências de misturas, próteses, conexões e hibridismos.

Como podemos perceber na nossa realidade, que muitas vezes a aritificialização, as teconologias podem salvar seres humanos e estes podem viver “normalmente”, mesmo dentro de algumas limitações mais são felizes e superam muitas situações difíceis na sua vida.

Assim como, muitas vezes os nossos caracteres genéticos não são suficientes diante da realidade que vivemos. Sendo assim, é preciso aprimorar com técnicas e com órgãos ou membros artificiais para que possa realmente estar vivo.

Um outra situação que a autora nos fala, é sobre o nosso corpo que convergem duas tendências marcantes destes nossos tempos: as ligadas às hard-sciences e suas tecnologias de ponta, que se manifestam como implantes corporais, ou seja, circuitos, órgãos artificiais, drogas, cirurgia plástica, modificação genética e interfaces cerebrais e as descendentes da postura new-age, que produzem estetizações singulares do corpo, ligadas ainda ao mapeamento singular da sua presença e que identificamos como tatuagens, piercings, body-modulation etc.

O que é mais marcante é a presença de um termo novo: a realidade ou a vida, se preferirmos assim, não é mais dicotômica, centrada sobre a oposição corpo-espírito. Ela é tricotômica, ou seja, sustenta-se na expressão corpo-mente-máquina, o último termo expressando a radicalidade da presença da técnica na nossa realidade e no nosso imaginário.

É possível verificar que o ser humano, seja em que idade estiver é influenciado pela nossa sociedade a usar tantos os implantes corporais e as estéticas singulares, seja para ficar de bem com a vida , ou por causa de modismo que perpetua na nossa vida cotidiana.

Significa dizer que os seres humanos são artificiais e técnicos neste sentido em que não encontram seu ser no interior de si mesmos, mas no meio de próteses que eles inventam, o que os torna seres livres, mas voltados à desorientação.7 Na verdade, a característica do humano enquanto ser vivo é a de inventar processos de exteriorização técnica ou seja, a de se definir como um ser que conduz sua vida por órgãos não-biológicos, isto é, por órgãos artificiais que são no que consistem as próteses.

No entanto, e, embora como acabamos de ver a técnica tenha estado sempre presente na experiência humana, o mundo moderno manteve em relação a esta configuração homem-técnica, na qual investiu tempo, dinheiro e energia, uma atitude modulada por uma suspeita:2 a da possibilidade de ver desaparecer a sua própria humanidade, homogeneizada ou escravizada pela técnica.

A insatisfação do ser humano com o seu corpo, levando a depressão e de estar mal consigo mesma. Isso pode estar embutido para o reconhecimento de um público, audiência ou massa que subordinou a resposta individual à coletividade

O virtual, no caso do cinema ajuda também a transformação do corpo humano para máquina ou para serem modificados por componentes químicos ou outros fatores. Os personagens de cinema, os nossos ídolos influenciam muito para tomarmos iniciativa de mudança no nosso visual.
















CORPO O’BORC E O DISPOSiTIVO DAS NOVAS TECNOLOGIAS

ilomero Luís Alves de Lima


Concordo com a afirmação do autor quando diz que a atual aceleração tecnológica, impulsionada por desenvolvimentos científico-tecnológicos mais recentes em campos tão diversos, como a robótica, a inteligência artificial, a biônica, a bioengenharia, a nanotecnologia, a biologia molecular, a genômica, a biotecnologia e todo conjunto emergente das novas tecnologias da informação, tem propiciado cenários inusitados no que concerne às possibilidades de transformação tecnológica do corpo. Pois, conforme foi dito anteriormente no capítulo anterior “CORPO, FRAGMENTOS E LIGAÇÕES: A MICRO -HISTÓRIA DE AIGUNS ÓRGÃOS £ DE CERTAS PROMESSAS” escrita por leda lucherman que a cada momento o homem quer ser mais que uma pessoa, ou seja, ele quer ser máquina para chegar a perfeição no mundo em que vivemos, e alguns conseguem um pouco mais de tempo, não na sua vida eterna mais pelo menos garante alguns anos há mais.

Na biônica, o desenvolvimento de braços mecânicos, por exemplo, envolve uma complexa mistura de componentes mecânicos, eletrônicos e biológicos, como fibra de carbono, carne, metal, pele sintética de silicone, micro sensores, bateria elétrica. A produção do coração artificial na bioengenharia; na robótica e na inteligência artificial, desenvolvem-se “máquinas inteligentes” e “robôs sentimentais”. Muitas vezes, a questão biônica pode estar inserida porque falta algo no ser humano, por exemplo, o homem que tem um dedo implantado com prótese de pen drive, ele precisou amputar o dedo após um acidente e acabou adquirindo um dedo que pode usufruir de dados importantes para a sua vida pessoal e profissional. Essa questão é interessante e importante para esse tipo de situação, pois ele necessitava de um dedo e acabou optando em adquirir um dedo e além disso algo que poderia ser útil para a vida dele.

É importante salientar, quando a autora diz que muitas vezes as células troncos é anunciada uma revolução nas práticas de transplantes, abrindo a perspectiva para que os órgãos humanos, como fígados, rins, pulmões e coraç6es, possam ser “fabricados” como “peças de reposição” e colocados à comercialização. Uma lógica da produção da vida está subjacente à engenharia de tecidos, pois, com ela, aprendemos que é possível produzir a vida em laboratório e que o mesmo podem salvar a nossa vida, e é verdade, pois ajuda a desvendar os mistérios da medicina e possibilita diagnosticar erros genéticos no corpo do ser humano.

A “revolução tecnológica” nos hospitais e consultórios médicos está tão presente em nossa vida, que é possível usar aparelhos de sofisticados tecnologicamente para diagnósticos por imagens, como a ressonância magnética funcional e a tomografia computadorizada, realizam a “dissecação tecnológica do corpo, fazendo com que a medicina possa comemorar para desvendar as entranhas do corpo humano” através das imagens no uso das novas tecnologias para a medicina.

Sendo o DNA essencialmente “informação digital”, possibilita identificar pessoas e possíveis doenças do indivíduo, como a autora cita no seu artigo, decifração do “alfabeto da vida” — o DNA. A decodificação do genoma transforma o DNA numa matriz de possibilidades, sujeito agora a constantes atualizações. O corpo, ou melhor, a forma corpo também está sujo “atualizações” que o processo de digitalização da vida instaura no mi vivo como um todo.

Assim como, o aparecimento de vidas “artificiais” auto-replicantes, processadores bacterianos, algoritmos genéticos, acenam para uma convergência de vidas orgânicas e inorgânicas, corpos, máquinas e cérebro, que antes pareciam inteiramente separados. Creio, que hoje é difícil perceber a divisão de vidas orgânicas e inorgânicas, como corpo que são artificial e natural, porque funcionam tão perfeito que acaba se tornando biológico no ser humano e transformando o tecnológico artificial para o natural. É perfeito em que o mundo cada vez mais faz com que a tecnologia investe no biológico e a biologia invade o mundo das máquinas. Tanto que, muitas vezes, é difícil perceber onde termina ou onde começa o ser humano, ou seja a ubiqüidade das máquinas, a questão é tão complexa que realmente é verdade dizer o quanto é difícil perceber no ser humano onde termina a máquina e onde começa o ser humano.

Ainda o autor cita que, o ciborgue era apresentado como uma solução para a questão da “alteração das funções corporais do homem para corresponder às necessidades (rigores) de ambientes extraterrestres” (Clynes e Kline, 1995, p. 30). Em minha opinião, acredito que Homero quer mostrar que o ciborgue seria um homem para que ele possa adaptar a qualquer ambiente que ele esteja e poder viver como outros seres, como o dos extraterrestres. A fusão do biológico com o tecnológico tem sido uma visão da cultura ocidental e esse “humano- tecnológico tornou uma figura familiar do sujeito da pós – modernidade.

Ao deslocar a agência humana do discurso antropológico a antropologia do ciborgue argumenta que as máquinas e as tecnologias são também “agências” na construção de subjetividades, gêneros, raças e sexualidades. Daí que as novas tecnologias participam ativamente em todo domínio de interesse antropológico e por isso mesmo são áreas legítimas de questionamento.

No que se refere o ciborgue de Dona Haraway, o autor Homero, enfatiza que o ciborgue como um organismo cibernético, máquina e organismo, uma criatura de realidade social e uma criatura de ficção. Lembra que a ficção científica contemporânea está repleta de ciborgues — criaturas que são simultaneamente animal e máquina, que habitam mundos que são, de forma ambígua, tanto naturais como fabricados, O mesmo ocorre no campo das práticas biomédicas, marcadas pelas junções entre organismo e máquina.

O ciborgue é uma criatura de um mundo pós-gênero: ele não tem qualquer compromisso com a biossexualidade, com a simbiose pré-edípica. Em certo sentido, o ciborgue não é parte de qualquer narrativa que faça apelo a um estado original, de uma “narrativa de origem”. As narrativas de origem, no sentido “ocidental”, humanista, dependem do mito da unidade original, da idéia de plenitude, simbolizada na imagem da “Terra Deus” e “Mãe natureza”. Mas, “o ciborgue não reconheceria o Jardim do Éden”.

O que eu penso, é que nessa situação, o ciborgue de Dona Haraway é que não tem especificamente uma narrativa de origem, ou seja, eles pertencem a um grupo que são animal e máquina. Podem ser naturais e fabricados.

O ciborgue surge em meio à cultura contemporânea a partir de “três abalos de fronteira”. A primeira é aquela em que a fronteira entre o humano e o animal está completamente rompida, como demonstram os estudos nos campos da primatologia e sociobiologia evolucionária. Caíram as últimas fortalezas da defesa do privilégio da singularidade humana — a linguagem, os usos de instrumentos, o comportamento social, os eventos mentais; nada disso estabelece, de forma convincente, a separação entre o humano e o animal. Daí que muitas correntes da cultura feminista afirmam o prazer da conexão, do estreito acoplamento, entre o humano e outras criaturas vivas.

A segunda separação sujeita a “vazamentos” é aquela entre o animal- humano (organismo), de um lado, e a máquina, de outro. Haraway observa que as máquinas pré-cibernéticas podiam ser vistas como habitadas por um espírito: havia sempre o espectro do fantasma na máquina. Ar máquinas do final do século XX tornaram completamente ambígua a diferença entre o natural e o artificial, entre a mente e o corpo, entre aqui que é capaz de produzir a si mesmo e aquilo que é produzido por outrem podendo-se dizer o mesmo de muitas outras divisões que se costumava aplicar aos organismos e às máquinas. “Nossas máquinas são pertubadoramente vivas e nós mesmos assustadoramente inertes”

A terceira ruptura está diretamente ligada à segunda: a fronteira entre o físico e o não-fisico é muito imprecisa entre nós. A minituarização das tecnologias (a ubiquidade e a invisibilidade dos ciborgue), a desmaterialização numérica do mundo, sua transformação em bits, muda, de forma radical, a nossa experiência do mundo newtoniano. Em contraposição ao mundo analógico, o ciborgue está submerso nesse processo de digitalização e virtualização universal.

Assim, para ela, a escrita é, por excelência, a tecnologia dos ciborgues — superfícies gravadas do final do século XX. A política do ciborgue é a luta pela linguagem, é “a luta contra a comunicação perfeita, contra o código único que traduz todo significado de forma perfeita — o dogma central do falocentrismo” (p. 97). É por isso que a política do ciborgue insiste no ruído e advoga a poluição, tirando prazer das ilegítimas fusões entre animal e máquina. Ter a habilidade de viver nas fronteiras, de escrever sem o mito fundador da inteireza original, eis aí o apelo de Haraway às feministas, que parece estar sintonizado com seu lema: “o ciborgue é nossa ontologia, ele determina nossa política” .

A crescente e intensa integração entre componentes biológicos, mecânicos, eletrônicos e digitais, as interações complexas entre o orgânico e o inorgânico, o real e o virtual, o natural e o artificial mostram que as fronteiras metafísicas fixadas pelo humanismo que até então demarcavam o dentro e o fora, o interior e o exterior, o natural e o artificial estão se revelando porosas, sujeitas a todo tipo de vazamentos.

Concebemos os dispositivos das novas tecnologias como práticas de poder-saber que investem o corpo hoje, no sentido em que remetem às relações de força, como práticas de poder-saber relacionadas aos regimes de verdade que configuram os contornos em que o corpo passa a se reconhecer. No ponto de articulação dessas práticas de poder saber se produz uma nova dizibilidade e uma nova visibilidade do corpo, a ponto dc passarmos a vê-lo e dizê-lo de uma nova forma.

Entendemos que é a relação do dispositivo das novas tecnologias com as práticas discursivas de transformação tecnológica do corpo que produz alguns efeitos de verdade, tais como corpo pós-humano, corpo pós-bioLógico, corpo ciborgue, corpo informação (Cf. Lima, 2004).

Daí a importância de se perceber as articulações do dispositivo das novas tecnologias com a ficção científica, o que observamos nos discursos da mídia e da antropologia do ciborgue.
















 UMA ESTÉTICA PARA CORPOS MUTANTES

Edvaldo Souza Couto



Para o Dr. Edvaldo, é próprio da vida atual a convivência com a incerteza, o fluido, a escolha provisória e limitada. Se “tudo o que é sólido se desmancha no ar”, se nada mais permanece, cada sujeito se quer autônomo para construir a sua liberdade, o seu ambiente pessoal. Nesse contexto, a metamorfose passa a ser a regra. Nenhuma forma é obtida. O que há é rascunho, traços soltos, experimentos, sombras, indefinições.

Isto não significa que todos os nossos referenciais desapareceram. Mas eles não cessam de ser reelaborados consideravelmente, em velocidade sem precedentes. Daí que se fala tanto em pluralidade, costumes e hábitos dissolutos. Vínculos quebrados, identidades híbridas, cada vez mais ambíguas. Se nada mais é estável, é preciso estar em movimento. No passado, estar em movimento era um privilégio, uma conquista. Hoje, é uma necessidade, uma aventura pessoal, um novo meio e modo de vida.

Percebi que para o autor Edvaldo Couto, a metamorfose no homem existe e atualmente é uma necessidade por causa da exigência da sociedade. A sociedade casa vez mais, exige uma beleza perfeita. E o homem tenta cada vez mais essa perfeição.

Assim sendo, concordo com o autor, a mutabilidade progressiva está cada vez mais e condiciona e metamorfose a todos os aspectos da nossa vida, sobretudo o nosso corpo. E o indivíduo tem cada vez mais o desejo de modificar o seu corpo.

Este ensaio que pertence ao livro Corpos Mutantes, discute a condição espetacular do corpo na sociedade contemporânea. Enfatiza que o culto ao corpo está intimamente vinculado ao desejo de modificá-lo. Ressalta que a modificação corporal é parte integrante do processo de mudanças que as chamadas novas tecnologias promovem na sociedade e nos sujeitos. Defende a idéia de que a carne se tornou, nas mãos de cirurgiões, cientistas e profissionais diversos a matéria destinada a contínuas remodelagens e conclui que no capitalismo avançado o corpo, refabricado, mutante, e socialmente considerado mais eficiente, tornou-se o principal objeto de consumo.

É realmente incrível, a procura constante por profissionais que utilizam tecnologia e ciência para a modificação do corpo até a chegada da beleza perfeita ou os desejos absurdos do ser humano.

Atualmente, é possível perceber a grande influência da tecnologia do corpo humano. Como destaca o autor nessa paragráfo: tornou-se urgente eliminar toda e qualquer insatisfação física e mental, acabar com uma real ou suposta imperfeição, corrigir cada detalhe, construir a forma considerada mais adequada, prevenir uma embrionária possibilidade de doença, alterar características que nos desagradam, manter o vigor da juventude, exibir a aparência mais saudável, festejar a beleza conquistada com a ajuda dos avanços tecnológicos e científicos: regimes terapias, cosméticos, cirurgias, uso de próteses, novos medicamentos manipulação genética. Em meio a tantos recursos para a remodelagem a é feio, fora de forma, flácido, enrugado e envelhecido quem quer, que não se ama, não se cuida, não se pavoneia. O culto ao corpo se tornou estilo de vida, mas de uma vida tecnocientífica. A promessa fascinante um ganho suplementar de saúde, juventude e beleza conquistou um paço inédito nos meio científicos e artísticos, na mídia, em todas as áreas do nosso cotidiano.

É verdade o que o autor diz quando em todo momento somos bombardeados com notícias, em veículos diversos, que incentivam a reforma corporal completa, a vida feliz e a longevidade. A corrida por uma vida saudável e longa começa na maternidade. Já aí o corpo inicia a sua trajetória mutante, um processo ininterrupto de aperfeiçoamento técnico, para tornar-se progressivamente espetacular e, certamente, eficiente. Então, o ser humano, contra a corrida do tempo inicia-se um caça ao melhor momento e negócio para que ele tenha uma vida feliz e longa tanto na sua vida como na juventude do seu corpo. Então, o corpo espetacular precisa dar adeus à morte, afinal, descobrir novas e belas formas para o seu corpo, e que as pessoas possam desejar e elogiarem para a sua auto- estima. As pessoas não aceitam as marcas do tempo no seu corpo e no seu rosto diante do inimigo que é o espelho.

Até agora, não descobriram e nem inventaram um grande método de reverter o envelhecimento. É um desejo imenso das pessoas descobrirem o remédio ou o método ideal para uma juventude eterna. Será que realmente vai existir, será que teremos tempo para alcançar esse grande e precioso objetivo de correr contra o tempo da vida.

Uma outra situação, é as deficiências que o corpo é causado por acidentes que nos deparamos. O professor Edvaldo é enfático quando diz que, a todo instante ouvimos falar de uma experiência bem-sucedida com implantes artificiais. As peças de reposição se multiplicam: mãos, braços, pés, pernas, olhos, ouvidos eletrônicos devolvem movimentos e sensações a deficientes e vitimas de acidentes. De um lado, essas peças visam recompor o corpo por meio das próteses devolver a inteireza orgânica perfeita por intermédio de doenças ou acidentes. De outro lado, essas peças cai bem visam aperfeiçoar membros e órgãos, dinamizar, acelerar, desenvolver novas potências e performances corporais, garantir novas eficiências. Eu sou testemunha disso, uso aparelho auditivo, por causa de uma deficiência moderada em um dos ouvidos, e com essa tecnologia posso ouvir os outros e ter uma qualidade de vida e me integrar melhor na sociedade que estou inserida. Antes, do uso desse aparelho, tive experiência de usar tubo de ventilação de carneiro, fiz uma tipanoplastia e não deu certo, sendo assim, a melhor maneira de conviver com o mundo foi o aparelho e fico feliz por saber que tecnologia soube criar algo que para mim é uma necessidade nesse momento.

Diz o autor, que com os nanoobjetos, a proeza interativa da miniaturização biotecnológica, as promessas de um corpo mais eficiente são muito sedutoras. Em breve, micromotores implantados no corpo serão capazes de substituir o funcionamento defeituoso deste ou daquele órgão e, mais importante, de melhorar, mesmo para uma pessoa de saúde supostamente perfeita, os processos vitais de um determinado sistema fisiológico..

Seria tão bom, a ciência poder solucionar problemas adquiridos pelo homem, por exemplo, o meu pai morreu aos 56 anos com cirrose, se naquela época existisse um fígado artificial que pudesse salvar a sua vida, hoje ele poderia estar aqui ao meu lado e puder conhecer as sua neta ou então viver mais e tentar mudar o rumo da sua vida.











 Os PERCURSOS DO CORPO NA CULTURA CONTEMPORÂNEA

Malu Fontes



O artigo da escritora Malu Fontes, apresenta e analisa a presença e as características de uni padrão físico-corporal considerado como ilustrativo da corporeidade do século XX. Publizado exaustivamente nos meios de comunicação de massa e rido como e tido sinônimo de beleza, saúde e bem-estar, o corpo canônico é, em essência, resultado de um conjunto de investimentos em práticas, modos e artifícios que visam alterar as configurações anatômicas e estéticas.

Os corpos femininos são idealizados pela mídia , principalmente na publicidade, de certa forma em elementos relacionados à juventude e ao vigor a um corpo levado aos limites da potencialização de força e beleza a adoção de um conjunto de técnicas e estratégias que vão de exercícios físicos às cirurgias plásticas estéticas, passando por dietas, de produtos cosméticos e determinados estilos de vestuários. As pessoas são capazes de tudo para sentir-se bem com ela mesmo, até mesmo se deparar com o risco da morte. A cada dia mais uma novidade surge, e o ser humano vai experimentando para perceber se essa técnica funciona realmente para o seu corpo perfeito e jovem.

E importante ressaltar não só com o pensamento da escritora e concordando com ela, os padrões que hoje definem o corpo canônico da mídia são passíveis de alterações ao longo do tempo. Um exemplo disso é a seguinte tendência estética hoje predominante no Brasil: a partir da década de 80, tornou-se sinônimo de beleza e sensualidade femininas ostentar seios grandes à custa de implantes de próteses de silicone. No entanto, até há alguns anos, seios fartos eram tidos como um característica desejável típica do corpo das pin-ups da cultura dos Estados Unidos, pouco admirada no cenário brasileiro. Em termos de apelo sexual, o seu equivalente no corpo da mulher brasileira, eram quadris largos, cintura fina, glúteos generosos e busto pequeno. E cada vez mais, existem adeptos a esse tipo de cirurgia para aumentar os seios, e quanto maiores mais desejos causam no sexo masculino, é claro.

O fenômeno do culto ao corpo parte de um estágio em que o corpo é denomizado, escondido, fonte de vergonha e pecado e culmina com o a das academias e sua explosão de músculos, atingindo seu grau máximo de ilustração com a emergência e a multiplicidade das estratégias de body - building, as cirurgias estéticas, os implantes e a profusão de técnicas e, químicas, cosméticas e de vestuário. As academias ficam mais cheias quando a mídia começa a falar de épocas certas em que há possibilidade de paqueras, como o verão , o carnaval na nossa região.

Percebemos que a cada dia , o culto do nosso corpo vai aumentando e o ser humano se adequando com a realidade que a mídia propôs.

domingo, 10 de outubro de 2010

LÉVY, Pierre. Cibercultura. Trad. Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Ed. 34, 1999.

Na Wikipédia, o conceito de interatividade que quase sempre está associado às novas mídias de comunicação, pode ser definida como:

“uma medida do potencial de habilidade de uma mídia permitir que o usuário exerça influência sobre o conteúdo ou a forma da comunicação mediada.”
Há entretanto a perspectiva sociológica do termo que seria:
“a relação entre duas ou mais pessoas que, em determinada situação, adaptam seus comportamentos e ações uns aos outros”

Na visão conceitual a interatividade é definida como:

“o grau com o qual uma tecnologia de comunicação pode criar um ambiente mediado no qual participantes podem se comunicar [...] sincronizada ou assincronamente e participar em trocas de mensagens recíprocas [...] [e] também se refere à habilidade do usuário de perceber a experiência como uma simulação da comunicação interpessoal [...]”

Na visão operacional, conclui-se que “interatividade é estabelecida por três fatores: estrutura tecnológica do meio usado (velocidade, alcance, flexibilidade do sincronismo e complexidade sensorial); característica do ajuste da comunicação; e percepção dos indivíduos (proximidade, velocidade percebida, ativação sensorial e tele-presença)”

Para Pierre Levy, "O termo "interatividade" em geral ressalta a participação ativa do beneficiário de uma transação de informação. De fato, seria trivial mostrar que um receptor de informação, a menos que esteja morto, nunca é passivo. Mesmo sentado em frente a uma televisão sem controle remoto, o destinatário decodifica, interpreta, participa, mobiliza o seu sistema nervoso. Além disso, como so satélites e o cabo dão acesso a centenas de canais diferentes, conectados a um videocassete permitem a criação de uma videoteca e definem um dispositivo televisual evidentemente mais "interativo" que aquele da emissora única sem videocassete. A possibilidade de reapropriação e de recombinação material da mensagem por seu receptor é um parâmetro fundamental para avaliar o grau de interatividade do produto." (LÉVY, 1999, p. 73)

Para mim, a “interatividade” está constantemente presente na relação do ser humano com o outro e do indivíduo com a tecnologia. Como estamos falando do uso das tics na vida do ser humano podemos perceber que atualmente, nós interagimos muito com a presença de vários tipos de tecnologia. Por exemplo, ao assistirmos a televisão, os programas mexem com o nosso corpo físico, e podemos interagir com eles através da nossa emoção. O telefone, o celular usamos a voz para interagir com as pessoas que estão no outro lado.

Ultimamente, costumo usar o programa Skype que acho formidável, sensacional. Pois, as pessoas podem interagir virtualmente, podendo ver as nossas ações, emoções de uma forma nítida.

É realmente muito forte, a utilização desse programa via a tecnologia do computador, pois as pessoas podem sanar a saudade de entes queridos que moram longe, mais o que é chato, é que infelizmente há uma barreira do monitor para nos tocarmos.

Já o som, Pierre Levy aborda que pode ser modificado pelo homem, através do uso da tecnologia, como é o caso da música eletrônica. O que será que as pessoas pensam desse estilo de música, será que conquistou uma boa platéia, pode até ser, mais não sou muito adepta a este tipo música. O que eu prefiro é uma música que seja de forma original, de melodia que me encante. Entretanto, eu gosto muito de uma música, que não só me faz lembrar da minha infância, como também do meu pai é “Como vai você de Antônio Marcos, recentemente essa música foi gravada pela dupla Zezé di Camargo & Luciano para o filme “Os dois filhos de Francisco” e achei formidável o uso da tecnologia para gravar a voz do cantor que infelizmente morreu há anos com uma dupla que faz sucesso na música sertaneja.

Refletindo sobre A práxis Pedagógica.

BONILLA, Maria Helena. A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX. In: PRETTO, Nelson De Luca. Tecnologias e novas educações. Salvador: EDUFBA, 2005. p.70-81.


Para Bonilha, estamos diante dos processos de mudança altamente contraditórios e desiguais, variáveis na sua intensidade e até na sua direção.

Essas transformações, estão vinculadas aos valores da cultura, dos modelos conceituais para explicar e justificar a construção dos novos conhecimentos e como relacionamos. Diante disso, as transformações científicas e tecnológicas estão intimamente relacionadas com as alterações que ocorrem nas relações e nas formas de organização social, na ordem econômico e político.

São dessas formas que as teias das relações são inseridas no processo educativo, ou seja, na escola. A instituição educativa influência na posição crítica no ser humano, tanto no âmbito global ou local através da tecnologia, conhecimentos, pensamentos e/ou comunicação.

Bonilha afirma que as mudanças na sociedade, ou qualquer área da vida quando a idéia geral de ordem. A ordem pode ser percebida através dos conhecimentos que tivemos diante de uma sociedade medieval, moderna ou contemporânea.

A cosmovisão medieval era de uma ordem atemporal (eterna) porque cada coisa tinha seu lugar natural. O objetivo desse movimento é conduzir esse lugar natural a idéia de que o universo era um organismo simples e que a relação da natureza com o homem era contemplativo.

No cosmo moderno, é hegemônica as formas de pensamento e de conceitualização e estão relacionadas à linguagem e às tecnologias da escrita. Por exemplo, o uso da impressão deu uma base ampla para a educação universal e para a difusão das concepções de homem, sociedade e natureza, possibilitou que a demonstração visual fosse preponderante e centrando as atividades científicas no manuseio e análise de alguns recursos didáticos como mapas, tabelas, gráficos, dicionários que são importantes e confiáveis.

A escrita, por separar o conhecedor do conhecido, estabelece condições para o distanciamento e a objetividade, no sentido de um desprendimento individual para um entendimento de conceitos, dedução e seqüencial, para valorizar as razões e a ordem.

A norma para o conhecimento é “a verdade” de forma crítica e objetiva independente dos sujeitos que a comunicam. Concordo que os conhecimentos servem para os formadores de sujeitos críticos que vivem em uma sociedade que tem transformações desiguais. Porém, o saber está disponível, pode ser estocado, consultado, comparado, um objeto suscetível a análise. A relação que pode ser feita sobre a “verdade” e o “saber” é que para se ter a verdade é preciso que o indivíduo tenha acesso ao saber para existir o conhecimento.

Já a cosmovisão contemporânea tem mostrado que nenhum sistema pode ser olhado como isolado por completo e autodeterminado e nenhuma imagem ou analogia é equivalente ao próprio objeto, pois elas estão sendo influenciadas pelo enunciado.

Stand By Me | Playing For Change | Song Around the World

Playing stand by me

http://www.youtube.com/watch?v=Us-TVg40ExM