BONILLA, Maria Helena. A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX. In: PRETTO, Nelson De Luca. Tecnologias e novas educações. Salvador: EDUFBA, 2005. p.70-81.
Para Bonilha, estamos diante dos processos de mudança altamente contraditórios e desiguais, variáveis na sua intensidade e até na sua direção.
Essas transformações, estão vinculadas aos valores da cultura, dos modelos conceituais para explicar e justificar a construção dos novos conhecimentos e como relacionamos. Diante disso, as transformações científicas e tecnológicas estão intimamente relacionadas com as alterações que ocorrem nas relações e nas formas de organização social, na ordem econômico e político.
São dessas formas que as teias das relações são inseridas no processo educativo, ou seja, na escola. A instituição educativa influência na posição crítica no ser humano, tanto no âmbito global ou local através da tecnologia, conhecimentos, pensamentos e/ou comunicação.
Bonilha afirma que as mudanças na sociedade, ou qualquer área da vida quando a idéia geral de ordem. A ordem pode ser percebida através dos conhecimentos que tivemos diante de uma sociedade medieval, moderna ou contemporânea.
A cosmovisão medieval era de uma ordem atemporal (eterna) porque cada coisa tinha seu lugar natural. O objetivo desse movimento é conduzir esse lugar natural a idéia de que o universo era um organismo simples e que a relação da natureza com o homem era contemplativo.
No cosmo moderno, é hegemônica as formas de pensamento e de conceitualização e estão relacionadas à linguagem e às tecnologias da escrita. Por exemplo, o uso da impressão deu uma base ampla para a educação universal e para a difusão das concepções de homem, sociedade e natureza, possibilitou que a demonstração visual fosse preponderante e centrando as atividades científicas no manuseio e análise de alguns recursos didáticos como mapas, tabelas, gráficos, dicionários que são importantes e confiáveis.
A escrita, por separar o conhecedor do conhecido, estabelece condições para o distanciamento e a objetividade, no sentido de um desprendimento individual para um entendimento de conceitos, dedução e seqüencial, para valorizar as razões e a ordem.
A norma para o conhecimento é “a verdade” de forma crítica e objetiva independente dos sujeitos que a comunicam. Concordo que os conhecimentos servem para os formadores de sujeitos críticos que vivem em uma sociedade que tem transformações desiguais. Porém, o saber está disponível, pode ser estocado, consultado, comparado, um objeto suscetível a análise. A relação que pode ser feita sobre a “verdade” e o “saber” é que para se ter a verdade é preciso que o indivíduo tenha acesso ao saber para existir o conhecimento.
Já a cosmovisão contemporânea tem mostrado que nenhum sistema pode ser olhado como isolado por completo e autodeterminado e nenhuma imagem ou analogia é equivalente ao próprio objeto, pois elas estão sendo influenciadas pelo enunciado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário